O mesmo governo que resistiu ao modelo de lockdown adotado em Araraquara (SP) por enfrentar resistência de prefeitos, divulgou na noite desta quinta (25) que os serviços não essenciais estarão fechados das 23h desta sexta (26) até as 6h de segunda, 1º de março.
A lição da tomada de decisão está no agravamento da Covid-19 no Estado, mesmo fato que se repete no Rio Grande do Sul e Paraná, tanto que a ação entre Carlos Moisés (PSL), Eduardo Leite (PSDB) e Carlos Roberto Massa Júnior (PSD) foi coordenada no mesmo sentido.
Os sinais do recuo dos prefeitos e até de alguns setores empresariais era evidente nas últimas horas com a falta de leitos em UTIs nos hospitais para receber pacientes da doença.
Moisés reuniu os secretários mais próximos na Casa d’Agronômica para apertar as medidas, visto que o decreto divulgado um dia antes, na quarta (24), era um amontoado de medidas sem efeito prático, um placebo jurídico, que sequer prevê punições para quem não seguir os regramentos, tampouco animou a população a fazer a sua parte, mas prossegue em vigor.
Peso
O Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems/SC) chegou a emitir uma nota ao governo e à sociedade, assinada pelo presidente Manuel Del Olmo, exigia o lockdown, punições para os transgressores e chamou de “tímidas” as ações do decreto anterior.
À esta voz se unia a do secretário estadual André Motta Ribeiro (Saúde), que enviou um ofício às 295 prefeituras onde alertava para o colapso no atendimento dos pacientes da pandemia nos hospitais, material que acabou divulgado, talvez pela fritagem que, volta e meia, vem da Casa Civil do próprio governo.