ma cidade catarinense terá vacinação em massa contra a Covid-19. A medida foi anunciada no dia 9 de junho pelo governador Carlos Moisés (PSL) e faz parte de um estudo para entender melhor o processo de imunização.
Para a definição deste municípios, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) analisa critérios. Entre eles, foi decidido que será um município com alta transmissibilidade do vírus, elevada taxa de letalidade e em vulnerabilidade social.
Além disso, de acordo com o secretário André Motta Ribeiro, tudo indica que seja uma cidade com população entre 5 e 7 mil habitantes. O governo do Estado esclarece, no entanto, que até o momento não há definição sobre qual será a cidade.
A questão é avaliada pela SES e a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), e só será divulgada oficialmente depois da escolha.
Os parâmetros estabelecidos para a definição da cidade, no entanto, já permitem que algumas candidatas sejam especuladas.
O principal ponte de corte é a população: de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Santa Catarina tem 29 cidades com a população entre 5 e 7 mil habitantes.
O Estado tem 14 cidades no “vermelho”, com índice considerado baixo. Destas, Campo Belo do Sul e Águas de Chapecó se enquadram no número de habitantes estudado pelo governo.
Ao observar a situação da Covid-19 nesses municípios, Campo Belo do Sul chama a atenção. Por lá, a letalidade está em 2,84%, sendo que a de Santa Catarina é de 1,59%. São 739 casos confirmados, sendo 15 nos últimos sete dias. O município já contabilizou 21 mortes pela doença.
Em Águas de Chapecó, a letalidade é mais baixa, atualmente em 1,39%. São 433 casos confirmados, sendo oito na última semana e seis mortes no total. No entanto, nenhum nome foi citado ou descartado pela SES até o momento.
A Secom (Secretaria Executiva de Comunicação) do governo de Santa Catarina ressaltou que o estudo ainda está em fase preliminar, e os critérios e cidades analisadas não foram definidos oficialmente.
Até o momento ainda não previsão de reuniões ou conversas com os municípios catarinenses para debater onde o estudo poderá ser feito.
“O governo anunciou a possibilidade de pegar algum município como exemplo para uma vacinação em massa, em volume maior, a questão é ter vacina para isso. E em segundo lugar, os resultados não vão ser muito diferentes do de Serrana (SP), onde já tem testes quantificados de pessoas de 18 anos para cima com uma belíssima eficácia. Se ele fizer a vacinação em massa, tem que fazer alguma coisa para diferenciar AstraZeneca de Coronavac, mas eles ainda não deixaram claro ainda essas informações para os municípios”, diz o consultor de saúde da Fecam (Federação Catarinense de Municípios), Jailson Lima.
O presidente do Cosems/SC (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), Daisson Trevisol, também esclarece que não recebeu mais detalhes sobre a ação que, segundo ele, “não faz sentido”.
“Vai ser complicado. Não conseguimos acompanhar o panorama de todas as cidades. Eu acho que não deveria fazer isso, não tem muita lógica. É mais uma jogada”, problematiza Trevisol.
O consultor de saúde da Fecam ressalta que existem outras necessidades e cuidados a serem priorizados no momento.
“Em Santa Catarina tivemos uma elevação de contaminação de 20% na última semana, que o nosso índice está acima de 1%… a nossa situação tem piorado, basta ver as UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) no Oeste e Extremo-Oeste, e isso vai se replicar nas outras cidades. Infelizmente, quando o Estado está avaliando se talvez terá uma terceira onda, eu já venho afirmando que já entramos nela. E não teve incremento de testes em massa, que é algo muito importante para combater a doença”, reclama Jailson Lima.
O governo catarinense ainda não definiu datas para os próximos passos do estudo que aplicará vacinação em massa e eventos-teste.
https://ndmais.com.br/saude/vacinacao-em-massa-em-sc-saiba-quais-cidades-se-encaixam-nos-criterios/