A chuva que não dá trégua desde a quinta-feira (16) causou diversos estragos em cidades catarinenses, afetando principalmente as regiões do Litoral Norte e Grande Florianópolis. Os temporais causaram alagamentos, deslizamentos, bloquearam vias e deixaram desalojados. A enxurrada também afetou serviços de saúde e há cidades que amanheceram com unidades de atendimento fechados nesta sexta-feira (17). Este é o caso de Balneário Camboriú, que tem sete unidades fechadas, Florianópolis, com quatro, e São José, com duas.
Em Balneário Camboriú, cidade que decretou situação de emergência, as unidades fechadas são:
Em Florianópolis, que também assinou o decreto emergencial, os postos do Monte Serrat e Prainha, na Ilha, e Abraão, Coloninha, no Continente, estão sem atendimento. Já em São José, os serviços das unidades Luar e Goiabal foram afetados.
Neste cenário, conforme a última atualização da Defesa Civil, no total sete municípios decretaram situação de emergência. São eles: Florianópolis, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Tijucas, Camboriú, Balneário Camboriú e Itapema. O número de desalojados nesses locais já chega a 180, com os maiores índices registrados em Camboriú (100), Porto Belo (30) e Itapema (50).
A sexta-feira amanheceu chuvosa e a condição deve persistir nas próximas horas, com mais risco de enxurradas e alagamentos. Há previsão de formação de temporais isolados, que pode provocar raios, rajadas de vento e até granizo. Os efeitos devem ser mais intensos entre os Planaltos e Litoral, aumentando o risco de destelhamentos e danos à rede elétrica.
Além dos rastros de destruição, as fortes chuvas e enxurradas também representam riscos à saúde. O COSEMS/SC reforça que as inundações aumentam os riscos para hepatites, gastroenterites e leptospirose.
No caso das gastroenterites, elas ocorrem pelo consumo de água ou alimentos contaminados. Já a leptospirose pode ocorrer após o contato com águas de alagamentos contaminadas pelo esgoto e urina de rato. Vale destacar que, em casos mais graves, a doença pode levar à morte.
O paciente deve procurar imediatamente atendimento em uma unidade de saúde mais próxima em caso de sintomas como: febre, dores musculares ou de cabeça (sintomas de leptospirose). Diarreia, vômitos ou dores abdominais (sinais de doenças gastrointestinais). Além disso, a doença também pode se manifestar em sintomas como perda de apetite acentuada e calafrios.
A presidente do COSEMS/SC e secretária de Saúde de São José, Sinara Landt Simioni, reforça a importância dos cuidados a serem tomados e destaca que a entidade tem oferecido apoio técnico aos secretários dos municípios atingidos e pede que a população fique atenta às informações oficiais das prefeituras e da Secretaria Estadual de Saúde (SES). “Assim podemos prevenir doenças e também otimizar o atendimento para os casos de urgência, além de informar sobre o funcionamento das unidades básicas e UPAs”, destaca.
– Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local;
– Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos. Se isso não for possível, use sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
– Quando as águas baixarem é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária (Hipoclorito de Sódio 2,5%), na proporção de dois copos (200 ml cada) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos;
– Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água dos alagamentos.