SUGERINDO UMA MAIOR  INTERAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E AB…

29 de janeiro de 2018


Todos os profissionais da rede municipal de saúde devem atuar na divulgação das  informações epidemiológicas junto a população; para tanto a Vigilância em Saúde deve capacitar a AB, porque é a AB a porta de entrada , onde chegam os pacientes para ser atendidos incluindo  a maioria dos casos que podem  ser suspeitos. Neste rol de profissionais não se pode esquecer os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes de Controle de Endemias (ACE), que por percorrerem muitas áreas do município, tem acesso a muitas informações.

Em relação a  dengue, chikungunya, zika, febre amarela  leptospirose  e hantavirose, entre outras doenças transmissíveis, todos os dados importantes estão no site da dive.sc.com.br , mas é importante que os gestores vejam junto a Atenção Básica e Vigilância em Saúde a necessidade da interação entre os profissionais destas áreas para otimizar os atendimentos .  Existem relatos em vários municípios de vários Estados do Brasil , de pacientes que foram a óbito não sem antes consultarem  várias vezes na rede pública e privada, sem ser suspeito de um diagnóstico de dengue, febre amarela ou leptospirose. A investigação que a Vigilância Epidemiológica faz deve ser rotina na AB para todos os pacientes com sintomatologia coerente com o Guia de Vigilância  em Saúde, agora já com as ampliações devidas de critérios clínicos e epidemiológicos.

Um resumo da situação hj em SC.

DENGUE CHIKUNGUNYA E ZIKA VÍRUS: a dengue tem um cenário preocupante, pois nestas primeiras 3 semanas de 2018 houve um aumento de 75% ( 1101 focos ) no numero de casos da mesma época de 2017. Apesar do reduzido número de casos autóctones identificados, foram detectados focos de Aedes aegypti em 144 municípios, dos quais, 63 são considerados infestados por esse mosquito desde 2017. No período de 31 de dezembro de 2017 a 20 de janeiro de 2018 foram notificados 80 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 28 foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 52 são casos suspeitos e estão em investigação. No mesmo período, foram notificados 12 casos de febre Chikungunya em Santa Catarina. Desses, um foi descartado e 11 permanecem como suspeitos.  Em relação a Zika vírus,  foram notificados três casos de febre em Santa Catarina, sendo que todos permanecem como suspeitos.

É preciso que os municípios façam as ações preconizadas pelo Programa de Controle da Dengue- PCD de forma intersetorial, sabendo que o combate ao Aedes, significa a prevenção da Dengue, Chikungunya e Zika.

A Sala de Situação Estadual determinou junto a Coordenação da Sala Nacional as ações que serão feitas ao longo do ano d 2018: visitas bimestrais aos imóveis das áreas infestadas, período de realização do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e orientação para que todos os municípios infestados continuem com suas salas de situação em funcionamento, com o objetivo de desencadear ações intersetoriais para o controle do Aedes aegypti.

 

Mapa dos municípios segundo situação entomológica. Santa Catarina, 2018.

 

Municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti. Santa Catarina, 2018.

LEPTOSPIROSE/ HANTAVIROSE: A Nota Técnica DIVE/SES/SC 05/2015 sobre leptospirose é considerando atual ja que a ocorrência de enxurradas e alagamentos, principalmente em determinadas épocas do ano, em alguns municípios do Estado estão freqüentes.  A relação com água ou lama contaminada, ocorre durante e imediatamente após as enchentes, quando as pessoas retornam às suas residências e procedem a limpeza, principalmente pelo contato com a   urina de roedores urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos).

 

O hantavírus tambem  está associado aos roedores silvestres, que eliminam o vírus na urina fresca, nas fezes e na saliva. A forma de transmissão mais comum ocorre quando as pessoas inalam minúsculos aerossóis ( na limpeza de locais ) , formados a partir da urina, fezes e saliva de roedores silvestres que se misturam na poeira.

É uma doença característica de áreas rurais, que atinge agricultores, moradores e trabalhadores em áreas de reflorestamento, em galpões, paiois, armazéns fechados e outros espaços pouco ventilados.

No ano de 2017 e também já em 2018, foram registrados vários casos de leptospirose e hantavirose, em SC inclusive com óbito.

FEBRE AMARELA- FA: Há  casos suspeitos em alguns municípios catarinenses, com 2 óbitos, um deles já confirmado como FA. Temos 162 municipios que são áreas  com recomendação de vacina ( ACRV ) de acordo com o mapa abaixo. Esta recomendação já é anterior a 2018. As áreas tem recomendação e não obrigatoriedade. Os demais municípios são áreas sem recomendação de vacina- ASRV, porém todas as pessoas que não tenham restrição vacinal, independente de seu município, pode fazer a vacina de acordo com a recomendação epidemiológica. Importante ter ciência que o macaco NÃO transmite a FA, ele é uma vítima do vírus transmitido por mosquitos silvestres do gênero Haemagogus e Sabethes. Não é o Aedes Aegypti que a transmite.

A ATENCÃO BÀSICA PRECISA CONHECER OS SINTOMAS DE ALERTA DESTAS DOENÇAS E PROCEDER A ANAMESE COM ENFASE AO HISTORICO DO PACIENTE.

ESTAS SÃO DOENÇAS QUE DEVEM IMEDIATAMENTE SER INVESTIGADAS, COMUNICADAS A VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA DO ESTADO ( Gerencia de saúde e/ou DIVE) E NOTIFICADAS.

Em caso de dúvidas, entrar em contato com a Divisão de Roedores e Aves da Gerência de Vigilância de Zoonoses e Entomologia da DIVE (DIRA/GEZOO/DIVE) pelos telefones (48) 3664- 7484 ou 3664-7485, ou pelo e-mail: gezooreservatorios@saude.sc.gov.br

Em caso de dúvidas, a área técnica do PCD deve ser contatada, por meio do telefone (48) 3664-7490/7493 ou pelo e-mail dengue@saude.sc.gov.br.

 


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