SC adota tecnologia alemã que ajuda detectar gravidade da dengue; veja como funciona

Santa Catarina começou a utilizar um equipamento importado da Alemanha que auxilia profissionais da saúde a identificar a gravidade de pacientes diagnosticados com dengue. A estratégia, pioneira no país neste quesito, é mais uma ação de combate à doença e foi incorporada no sistema de saúde dos municípios neste mês de janeiro para atendimento aos casos suspeitos.

Maria Cristina Willemann, coordenadora técnica e assessora de vigilância em saúde do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (COSEMS/SC) explica que o equipamento, chamado hemoglobinômetro, faz o monitoramento do hematócrito (mede a percentagem de glóbulos vermelhos no sangue) e, com isso, permite que os profissionais identifiquem mais rapidamente os casos mais graves e deem o encaminhamento necessário.

Vale destacar que este dispositivo já vinha sendo utilizado pelo Hemosc para analisar o nível de concentração sanguínea e verificar se o indivíduo está apto a fazer uma doação de sangue.

“No manejo da dengue, esse equipamento é fundamental porque entrega, de forma muito rápida, praticamente automática, qual é a hemoconcentração desse indivíduo. Entendendo que trata-se de paciente de dengue, ele tende a evoluir com gravidade quando há uma desidratação severa. E a desidratação severa é monitorada, principalmente, por resultados de exames de hemoconcentração”, explica.

Quais municípios receberam os equipamentos

Até o momento, 800 equipamentos já foram adquiridos pelo governo do estado e 400 já chegaram a Santa Catarina. O restante deve chegar em fevereiro. O valor investido foi de R$ 7,9 milhões, sendo R$ 4,6 milhões referentes aos aparelhos e R$ 3,3 milhões para a realização dos exames.

Nesta primeira etapa, 33 municípios catarinenses receberam os aparelhos. São eles: Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Itajaí, Chapecó, Palhoça, Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú, Indaial, São Francisco do Sul, Barra Velha, Araquari, Itapoá, Balneário Piçarras, Brusque, Tubarão, Camboriú, Navegantes, Concórdia, Itapema, Biguaçu, Tijucas, São Miguel do Oeste, Penha, Porto Belo, Pomerode, Bombinhas, São Lourenço do Oeste, Garuva, Balneário Barra do Sul, Corupá, Anchieta.

A princípio, os profissionais de saúde estão sendo treinados para utilizar os aparelhos. De acordo com a coordenadora técnica e assessora de vigilância em saúde do COSEMS/SC, os testes serão feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA). O envio dos equipamentos é feito de forma estratégica e prioritária, conforme o cenário epidemiológico de cada cidade.

“Por isso, é importante manter os dados atualizados nos sistemas de informação sobre casos suspeitos e confirmados”, destaca Maria Cristina.